Arquivo de agosto, 2011

A escola baiana do PT

Publicado: 26/08/2011 em Cotidiano, Economia, Política

Petista de carteirinha e fiel defensor do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Jaques Wagner, não se acanha ao afirmar que o “combate à corrupção não pode se tornar ‘bandeira’ do governo”. Ainda segundo ele, isso seria uma “desserviço” ao País, pois “não estamos em patamar (de corrupção) que assuste e no mundo todo há esse problema”. Utilizando-se, a exemplo da presidente, de eufemismo para tratar o que em qualquer país sério seria tipificado como crime (e em outros, os condenados receberiam como sentença a pena de morte), Wagner argumenta que Dilma tem feito apenas “ajustes de conduta” ao lidar com a roubalheira instalada na Esplanada dos Ministérios, o que resultou no afastamento de alguns ministros e funcionários de segundo escalão envolvidos em escândalos.

As declarações de Wagner foram feitas durante almoço com empresários de São Paulo ocorrido no dia 23. Ele também afirmou que, se Dilma não concorrer em 2014 e Lula estiver fora do páreo, será candidato à Presidência pelo PT. Mas, tentando dar um tom suave às suas especulações e para não causar intrigas entre os “companheiros”, o governador baiano disse que a sua prioridade para 2014 é trabalhar em prol da reeleição de Dilma e, caso ela não se candidate, antes de pensar em uma candidatura própria, Wagner se dedicaria de corpo e alma ao retorno do velho camarada.

Apenas para confirmar o que todos já sabíamos, Jaques Wagner aposta que não haverá ruptura entre Dilma e Lula, afirma que o ex-presidente tem um compromisso com este governo e, por esse motivo, “eles conversam toda semana e se encontram pessoalmente a cada 15 dias”. Como já dito algumas vezes aqui neste blog, o petista baiano apenas ratifica a influência lulista sobre o atual governo e a predisposição do antecessor da presidente em continuar agindo como uma “eminência parda”, como um conselheiro-mor de uma mandatária titubeante.

Filiado ao partido desde 1980, Wagner foi um dos fundadores do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Bahia. Tendo concorrido ao governo daquele Estado em 2002, perdeu para o então “carlista” Paulo Souto. A vitória em 2006 foi considerada por muitos como o fim do “carlismo”, símbolo máximo da fortíssima influência do falecido Antonio Carlos Magalhães (vulgo ACM ou, ainda, Toninho Malvadeza para os “íntimos”). Antes de ser eleito governador da Bahia, Jaques Wagner chegou a ser ministro do Trabalho e, em seguida, das Relações Institucionais no governo Lula.

Em seu segundo mandato, Wagner tem em seu currículo de governador índices não muito favoráveis, principalmente quando se trata de violência. Para se ter uma idéia, em 1997 havia 13 homicídios para cada 100 mil habitantes na Bahia e, dez anos depois, já sob a governança do petista, o número de homicídios chegou a 25,7 por 100 mil. Em 2010, subiu para 36. Baianos como eu, apesar de ausentes da “terrinha”, sabem muito bem a quantas anda a segurança pública, principalmente na capital do Estado. Registre-se que a taxa de homicídios em Salvador (61 por 100 mil) é duas vezes maior que a da cidade do Rio de Janeiro!

Os dados sobre a violência retratam números absurdos e as informações são da própria Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Se há omissão naquilo que se apresenta, significa que a situação é bem pior na “terra da alegria”. Conforme dados da SESP/BA publicados no Jornal da Metrópole (semanário distribuído às sextas-feiras), do dia 20 ao 24 deste mês houve 25 homicídios, 20 tentativas de homicídio, 13 roubos a ônibus coletivos e 33 veículos roubados. A maioria dos assassinatos envolve moradores da periferia e estão, quase sempre, ligados ao tráfico de drogas.

Após o sucateamento de viaturas das polícias civil e militar, além da desativação de postos da PM estrategicamente localizados nas áreas mais violentas, o governo da Bahia anunciou recentemente que, para combater o narcotráfico, já existe um “mapa detalhado” e que serão adotadas as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), a exemplo do que acontece no Rio de Janeiro. Para quem não se lembra, trata-se daquela forma de combate ao crime em que se avisa aos bandidos onde e quando ocorrerá a ocupação pela polícia, dando-lhes chances de procurarem outras favelas, cidades ou Estados. Feito isto, convoca-se a mídia e anuncia-se à população a “volta da paz” onde antes reinava a insegurança.

O retrocesso do Estado sob a liderança de Wagner não se deu apenas no campo da segurança pública. A economia também sofre as conseqüências do desastrado governo petista: seguidamente, a Bahia perde investimentos para outros Estados da região Nordeste, principalmente para os vizinhos Pernambuco e Sergipe. Outro dado interessante, e não menos fatídico, é que, enquanto Recife diminui os seus índices de violência (ainda que sejam altíssimos), os de Salvador aumentam a uma velocidade assustadora. De acordo com o Mapa da Violência 2010/2011, a Bahia fica atrás apenas do Maranhão entre as unidades da Federação com maior crescimento no número de homicídios.

Com esse quadro nada favorável, Jaques Wagner tem a cara de pau de admitir que “está na fila” para concorrer à Presidência em 2014! É, no mínimo, fazer pouco caso da situação caótica em que se encontram a saúde e a segurança pública (só para ficar nesses dois exemplos) da Bahia. É querer vender uma imagem que não existe, pois muitos baianos o consideram (e de fato foi o que ele demonstrou nesses quase cinco anos de mandato) um péssimo administrador e um político cuja preocupação maior está bem longe do interesse dos baianos e bem próxima do Planalto Central.

Para se ter uma idéia do disparate e da irresponsabilidade do governo petista na Bahia, conforme reportagem da Folha de São Paulo, enquanto foram gastos, em 2009, R$26 milhões com segurança pública, o investimento em propaganda institucional (aquela que os governos costumam usar para pintar um quadro de fantasias e alegria) ultrapassou os R$108 milhões, ou seja, quatro vezes mais! Como se vê, não é fácil ser “alegre” na Bahia nem tampouco ficar “relaxado”, pois a tensão causada pela crescente violência está muito longe da colorida imagem vendida para turistas nacionais e estrangeiros.

É preciso ficar atento às intenções do filhote baiano do lulo-petismo e freá-las o quanto antes. Como bem se sabe, quando se trata de “trabalhar a imagem” de pretensos candidatos petistas, todas as armas são usadas, desde a elaboração de falsos dossiês contra potenciais adversários à negação da verdade (ainda que ela nos salte aos olhos) até as últimas conseqüências. É o que vimos nos últimos tempos e é o que continuamos a ver.

Figuras de linguagem

Publicado: 25/08/2011 em Cotidiano, Política

A tal “faxina” alardeada aos quatro ventos pela imprensa e por integrantes do governo Dilma não durou muito e acabou por sucumbir à imoralidade do nosso intrincado jogo político. Como se sabe, sem se render à velha forma de fazer política no Brasil, seu mandato correria sério risco ao perder “valiosos” apoios de políticos e partidos tão “interessados” no bem da Nação. A bem da governabilidade, é preciso andar em companhia dos ratos.

Reportagem da Folha de São Paulo de hoje informa que a presidente resolveu suspender a “faxina” para não perder aliados e conter o ímpeto subversivo dos insatisfeitos. É a sinalização de que operações para abafar maracutaias e denúncias de corrupção, a exemplo das que envolvem Aloízio Mercadante, Ideli Salvatti, Paulo Bernardo e Pedro Novais, serão mais utilizadas do que nunca.

Já escrevi em outros posts que o grande articulador político deste governo nunca foi Antonio Palocci e nunca será Ideli Salvatti. O mestre das negociações (ou negociatas) chama-se Lula. Em suas visitas à Brasília, em seus encontros com políticos da base aliada e até em “despachos” com ministros do governo Dilma, a principal preocupação do ex-presidente tem sido manter a “companheira” livre dos infortúnios, das ameaças e chantagens de corruptos não atendidos em suas “necessidades” mais básicas.

Para limpar o terreno, Lula não mede esforços. Age às escâncaras como se autoridade ainda fosse, e se tornou uma espécie de santo padroeiro da sua fraquinha sucessora. Ao seu lado, a presidente se apaga, não tem força suficiente para competir com o líder máximo da promiscuidade política dos últimos tempos. O ex-presidente “mexe os pauzinhos” para que sua “marca de governo” não se apague, ainda que o País não esteja mais, oficialmente, sendo presidido por ele.

Ao declarar que “o combate a irregularidades e demissões não são meta de governo”, Dilma segue o conselho das velhas raposas que sabem muito bem como funcionam os bastidores do poder. Não seria vantajoso continuar se indispondo com partidos da base aliada apenas por apego à moralidade. É preciso que se deixe roubar como sempre aconteceu, sem expor os larápios, ainda que flagrados no cometimento do delito. Não se pode expô-los ao vexame das algemas ou das fotos sem camisa ao serem presos, pois desagrada a muitos de seus pares que ainda estão no poder.

Dilma cedeu às chantagens do PR. Cedeu às pressões do PT e do PMDB. Deu declarações à imprensa, nesta quarta-feira, que tentam dar um tom de que tudo está “normal” como sempre esteve e que o País segue firme e forte rumo ao Primeiro Mundo. Corrupção desenfreada sempre existiu e continuará existindo, mas é preciso que experts em driblar crises “criadas” pela mídia tenham vez e voz neste governo, assim como tem sido nos últimos anos. Esse é o papel de Lula, esse é o destino de Sarney.

Não cabe a uma inexpressiva senhora recém-chegada ao poder tentar moralizar a política nacional. A verdadeira praga deste País, como tem sido demonstrado nesses nove anos de governo petista, é a “mídia”, a imprensa que tenta destruir a credibilidade e a reputação de pessoas tão ilibadas e cheias de boas intenções, realmente comprometidas com o progresso do Brasil.

Enquanto se puder esconder a lama sob o tapete, ninguém precisa se preocupar quanto dinheiro está sendo roubado aqui ou acolá. Como disse a própria presidente, usando de um eufemismo de extrema fineza para roubo, corrupção e desvio de conduta, “providências serão tomadas sempre que houver ‘malfeitos’ e ‘atividades inadequadas’ e que ‘faxina’ em seu governo se dará apenas contra a pobreza”.

É a velha forma lulo-petista de governar assumindo suas feições femininas, em que as metáforas futebolísticas (tão usadas pelo ex-presidente) são deixadas de lado e dão lugar a expressões mais suaves. Agora, seremos levados a acreditar, mais do que nunca, que “urubu” pode ser chamado de “papagaio” e que todo político é um poço de honestidade.

Depois de um mês sem atualizar este blog, constato que os assuntos em pauta no mundo político continuam os mesmos, só que cada vez mais recrudescidos, além de acelerados. O pessimismo toma conta e, pelo andar da carruagem, o cenário será o mesmo daqui a um mês ou dois anos. Continuarão pipocando as denúncias de corrupção, sejam elas nos Ministérios de Dilma Rousseff ou, simplesmente, onde houver um político brasileiro. Teremos notícias sobre o notório mau-caratismo da classe política, as intromissões do ex-presidente Lula no governo de sua sucessora e a eterna cara de pau do presidente do Senado, José Sarney.

Em pouco mais de um semestre, o governo Dilma ecoou aquilo que, erroneamente, chamamos de “herança maldita”. Assumo que tal classificação é rasa, pois não podemos nos esquecer que estamos sob a continuidade do lulo-petismo, aquela forma de governo em que, em nome de uma suposta governabilidade e da famigerada coalizão, todos os meios ilícitos são permitidos, toda a corrupção é aceita e todas as mentiras se tornam “verdade” segundo o manual de conduta de Lula e seus asseclas, que se instalaram no poder (ainda que democraticamente) e insistem em não “largar o osso” (algo nada republicano).

Ministros do atual governo, umbilicalmente ligados à Lula, foram demitidos por Dilma Rousseff. O primeiro foi Antonio Palocci, ex-ministro da Casa Civil, demitido em junho, depois de não ter conseguido explicar a origem de seu patrimônio astronômico e as suspeitas de sua atuação como lobista. Em seguida, Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes, foi afastado do cargo (e quase toda a cúpula do Ministério) sob suspeita de um esquema de superfaturamento em obras públicas e recebimento de propinas de empreiteiras.

Nelson Jobim, que também foi ministro do governo Lula, assim como Nascimento e Palocci, foi demitido no começo deste mês após as repercussões de sua entrevista à revista Piauí, em que criticava as ministras Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, e Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil. Como se sabe, as constantes declarações de Jobim, muito antes da reportagem da Piauí, já sinalizavam sua insatisfação com o governo Dilma, tendo até declarado que nas eleições de 2010 seu candidato foi José Serra.

Antes das demissões, houve uma “arrumação” entre dois Ministérios. Luiz Sérgio, que era ministro das Relações Institucionais, deu lugar à Ideli Salvatti, ex-ministra da Pesca e Aquicultura, pasta agora ocupada pelo ex-articulador político. Considerado fraco e sem expressão até mesmo entre os partidos aliados, Luiz Sérgio foi para um ministério apagado. Salvatti, por sua vez, ocupa agora uma área “delicada” para o governo, a despeito de toda sua indelicadeza e destempero quando senadora, época em que era umas das mais veementes defensoras do governo Lula.

Na semana passada, foi a vez de Wagner Rossi, até então ministro da Agricultura, sair do governo. Rossi “pediu” demissão após ter sido envolvido em denúncias de corrupção, a exemplo de licitações fraudulentas e pagamento de propina. As acusações começaram depois que o ex-diretor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá, foi demitido. Ele saiu afirmando que havia “bandidos” no órgão ao qual pertencia e insinuou que o ex-ministro fazia parte dos esquemas de corrupção.

Ainda estão na berlinda, além de Ideli Salvatti, os ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e do Turismo, Pedro Novais, cuja pasta está sob investigação da Polícia Federal por suspeita de desvios de recursos públicos. Foram expedidos 38 mandados de prisão e, dentre os que foram presos, estava Frederico Silva da Costa, que ocupava o segundo cargo mais importante do Ministério.

Segundo a revista Veja revelou em junho, Salvatti e Mercadante são acusados de comandar um esquema de elaboração de dossiês contra o candidato tucano José Serra nas eleições de 2006, que ficou conhecido como o “escândalo dos aloprados”. Desde que surgiram as primeiras denúncias contra a dupla, os aliados do governo têm feito de tudo para abafar o caso. Quais serão os próximos Ministérios envolvidos em escândalos? Quem serão os próximos demitidos?

A despeito da pretensa “faxina” e do combate à corrupção atribuídos à Dilma Rousseff, o que tem vindo à tona nos últimos meses é resultado direto da forma promíscua de governar de seu antecessor. Onde estava essa suposta “veia combativa” quando ela ocupou o principal Ministério (Casa Civil) no governo Lula? Todos dizem que a presidente sempre agiu com mãos de ferro e todas as decisões referentes àquela pasta eram avalizadas por ela e nada passava despercebido sob seu atento olhar de “gerentona”.

Sendo assim, o que podemos deduzir: Dilma sabia dos escândalos que se arrastam desde a era lulista e simplesmente fechou os olhos, sendo cúmplice da forma despudorada de governar do seu ex-chefe ou o “companheiro” era tão hábil nas negociações e negociatas que não levantava suspeitas nem entre os mais próximos? Para mim, pesa mais a primeira hipótese.

Como se sabe, Dilma nunca foi muito afeita ao jogo político, às negociações entre partidos, e isso se mostrou evidente já nos primeiros meses de seu governo. Agora, “vítima” das armadilhas e armações do poder, bate de frente com aqueles que lhe juraram apoio em troca das habituais vantagens e favores que “garantem a governabilidade”. Não sabemos ao certo se lhe aflorou uma forte vontade de pôr o governo nos eixos e se livrar de todas as ratazanas que se apossam do bem público como se privativo fosse, ou se ainda lhe falta “jogo de cintura” para lidar com essas criaturas.

Em meio aos escândalos dos últimos tempos e às consequentes demissões, perambulam os fantasmas de José Sarney e de Lula da Silva. Eles estão constantemente na mídia, dando suas “preciosas” opiniões sobre tudo, usando a “régua da moral” que eles bem entendem para analisar e medir os casos mais escabrosos de corrupção. É incrível como esses senhores relativizam a podridão no mundo político, dando-lhe uma leveza que só os profissionais das maracutaias conseguem.

Sarney é a representação máxima do que há de mais atrasado na política nacional e usa o Estado como se fosse o quintal de sua casa. Ontem, reportagem da Folha de São Paulo informou que o presidente do Senado usou helicóptero da Polícia Militar do Maranhão, governado por sua filha, para fins particulares. Questionado sobre o fato, ele disse que isso não prejudicou ninguém. Sabe-se que, enquanto as malas do “rei do Maranhão” estavam sendo descarregadas da aeronave, um paciente com traumatismo craniano teve que aguardar para ser atendido.

Lula, ao contrário do que prometeu, até hoje não “desencarnou” da Presidência e, volta e meia, dá palpites e se mete nas coisas do governo de sua sucessora, como se autoridade ainda fosse. Ainda hoje, a mesma Folha de São Paulo informa que o ex-presidente despachou ontem com dois subordinados de Dilma: Fernando Haddad, ministro da Educação, e Luís Inácio Adams, advogado-geral da União. Segundo a reportagem, o ex-presidente queria explicações sobre o piso nacional do magistério, cuja legislação foi promulgada em seu governo. Antes de sair da Presidência (ao menos, oficialmente), Lula mandava recados aos seus opositores, especialmente ao seu antecessor, Fernando Henrique, de que ensinaria como um ex-presidente deve se comportar. Vemos, cada vez mais, que ele está a anos-luz de ser bom exemplo, seja lá qual for a situação.

Enquanto políticos da estirpe de Lula e Sarney estiverem dando as cartas, não haverá “faxina” que tire o País do “empacamento” em que se encontra e a tal governabilidade só será garantida com as famigeradas trocas de favores, caminho fácil para corrupção e roubalheira desenfreadas. Ainda veremos muitos escândalos e muitos tentando colocá-los para debaixo do tapete. É desoladora a sensação de que não haverá “faxina” que dê jeito enquanto tivermos incrustado no nosso DNA a veia do mau-caratismo e da passividade ante os escândalos que nos acometem desde os tempos do Brasil Colônia.